Que a dor não me paralise e devore as víceras.
Que nunca seja branda o bastante
para não ser percebida variação em sua intensidade.
Que só me acometa a dor explosiva, em toda a sua intensidade,
para que eu possa reagir.
Que a dor não se encubra mesclando-se em falsos prazeres.
Que incomode, traga lágrimas, irrite, torture, sangre a carne;
para que eu não possa suportá-la.
Que eu aprenda a nunca, nunca suportá-la.
Que eu me indigne, indisponha com ela.
Que apareça sempre sob uma nova face,
para que eu não a torne ente.
Mas que eu a reconheça sob suas vestes e
lhe dedique todo o meu verdadeiro ódio.
Que eu não me acordeire.
Que eu não me acostume.
Que eu não a acolha.
Que eu não me apiede.
Que a dor não se constitua em gozo.
Fabrine Schwanz
quinta-feira, 23 de abril de 2009
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Muito bom!
ResponderExcluirabraços Osvaldo
Olha... amei esse texto. Excelente!!!
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