sexta-feira, 8 de março de 2013

O que eu tenho para comemorar?

Dia 08 de março de 2013 – Dia internacional da Mulher. Pretensamente uma data escolhida para comemorar a conquista dos direitos das mulheres, selecionada para relembrar a luta das mulheres por direitos iguais, por liberdade de expressão, contra o preconceito, contra a violência. Desculpe-me, o que eu tenho para comemorar mesmo? O capitalismo, com sua necessidade voraz por mão-de-obra, impulsionou o trabalho infantil, impulsionou o trabalho feminino! E se a moeda de troca foram alguns direitos pingados, que tiveram que barganhar, saiu muito barato! Vale à pena fazer uma reflexão mais aprofundada sobre essa “CONQUISTA”, sobre a quem de fato interessa, quem está por trás dela e principalmente o que a gente realmente “GANHOU” com isso.

Para começo de conversa, vamos aos números! O que a gente realmente tem a comemorar? Quantos às diferenças salariais, as mulheres continuam ganhando cerca de 25% a MENOS que os homens. No Brasil as mulheres ocupam cerca de 42% do mercado de trabalho e em dez anos simplesmente dobrou o número de mulheres que SUSTENTAM a casa (37%), e com a presença do cônjuge esse número sobe para 46%. E mais um pequeno adendo, quem é que continua a cuidar dos filhos, a criar, educar, com um lindo, feliz e emotivo DIA DAS MÃES? Não vou nem me atrever a tirar conclusões sobre isso, mas para bom entendedor...

Agora vamos falar de violência, afinal vivemos em um mundo civilizado, que respeita as mulheres, que não tem preconceito! E por isso mesmo, 1 em cada 5 mulheres diz ter sofrido algum tipo de violência por parte de um homem. E com certeza esse número não condiz com a realidade, pois o MEDO e a VERGONHA são os maiores motivos que fazem com que essas agressões não sejam denunciadas. E viva a liberdade de expressão! As mulheres continuam a ser agredidas e mutiladas em alguns países, legitimados por costumes e crenças.

E eu poderia gastar muitas laudas falando sobre isso, sem esgotar todos os motivos de comemoração. Eu não estou subestimando a luta de algumas mulheres que deram suas vidas por igualdade, nem estou fazendo apologia ao retorno à situação anterior. Mas gostaria de dar uma pequena alfinetada neste dia, e nas reais forças que moveram essa história. Pois afinal eu tenho direito: sou MULHER, MÃE, PROFISSIONAL e CHEFE DE FAMÍLIA.

Fabrine Schwanz