sábado, 28 de novembro de 2009

Ao som da vida

Como em Bandolins, de Oswaldo Montenegro, eu comecei minha vida “rodopiando e enfrentando o mundo ao som dos bandolins”. Com os olhos bem fechados, girando meio fora do ritmo, lutando contra o mundo para sobreviver.
Certo dia eu parei e comecei a ouvir um som estranho. No começo, não entendi direito o que era. Aos poucos o som foi ficando cada vez mais nítido, mais alto. Era uma música! Cada nota ia ganhando vida, podia-se ouvir um coro, uma orquestra em sintonia. Pareciam vozes de anjos, cada movimento era emocionante e único. A melodia mais bela e surpreendente que já havia escutado! Eu estava diante da música da vida.
A medida em que aquela música penetrava minha alma, meu espírito se nutria, minha aura brilhava. Meu corpo foi sendo contagiado, impelido a mover-se. E quando me dei conta, estava dançando! Criava meus passos, girava e cantava, sem perder nunca o ritmo. Eu bailava ao som do mundo. Rodopiava ao som dos bandolins, celebrando a vida, lutando com o mundo ao meu lado em favor da vida.

Fabrine Schwanz